Malalai Joya - a mulher mais corajosa do Afeganistão
(UMA MULHER AFEGÃ LEVANTA-SE CONTRA OS "SENHORES DA GUERRA")
Eu sonho que uma mulher um dia tome as rédeas do Afeganistão. Tenho recebido um mar de insultos: prostituta, louca, infiel, comunista... Um dilúvio de ameaças: estupro, seqüestro, assassinato... Uma bomba explodiu na multidão que me esperava em um encontro. Meus escritórios têm sido espionados, tentaram emboscar minhas equipes.
Eu troco de teto toda noite. E ao dia, não me desloco mais por Kabul, a não ser por um táxi, escondida dentro de uma burqa.
Tenho sobrevivido a quatro tentativas de morte. Minha determinação não vai ceder. Tenho o apoio do povo. Indestrutível e ardente. As balas podem tirar minha vida, mas não aniquilarão minha voz, porque para sempre é a voz do Afeganistão. Eles podem cortar uma flor, mas não podem deter a primavera.
Eu me dirigi, denunciando a presença destes traidores, decididamente anti-feministas, que arruinaram meu país e que mereciam ser levados à Justiça. Houve de repente um alarido horroroso. Eles ficaram todos de pé, ergueram seus punhos, uivando injúrias, exigindo minha expulsão e minhas desculpas. Eu preferiria morrer!
Eu me dirigi, denunciando a presença destes traidores, decididamente anti-feministas, que arruinaram meu país e que mereciam ser levados à Justiça. Houve de repente um alarido horroroso. Eles ficaram todos de pé, ergueram seus punhos, uivando injúrias, exigindo minha expulsão e minhas desculpas. Eu preferiria morrer!
Sonho antes que as mulheres afegãs estabeleçam-se, levantem vôo, exijam todos os seus direitos. De tudo o que atormenta nosso país, elas são as principais vítimas: 87% sofrem violências domésticas; as violações - em grande parte impunes - são inomináveis. 80% das uniões são casamentos forçados, as filhas servem de moeda de troca: elas podem ser cedidas a velhos, ofertadas em reparação por alguma dívida, trocadas às vezes por um cachorro. o suicídio - forca, estrangulamento, imolação - surge a muitas como a única opção para fugir da miséria delas. Você não tem idéia do número de mulheres queimadas, desfiguradas, no hospital de Herat!